Quem conhece a Galeria do Rock já percebeu que quase não existem mais lojas de CDs por lá. A maioria delas atualmente é de roupas e acessórios com temas de rock. Ateliês de pircings e tatuagens também marcam presença. Mas por que a lojas de música estão indo embora?
A Galeria do Rock ganhou esse nome porque conseguia concentrar um grande número de lojas num mesmo local que trabalhavam com discos de vinil, CDs, DVDs de rock. É claro que as camisetas das bandas também fazem parte disso tudo. É normal qualquer um usar uma camiseta da sua banda preferida, e haver lojas que oferecem isso é até recomendável. Mas a Galeria do Rock se tornou só isso, e é esse o problema. O ponto se transformou de musical para moda rockwear. O fato é que centenas de lojistas abandonaram o ramo. Mas é importante observar também que não foi só na Galeria do Rock que isso aconteceu. Nas ruas de toda a cidade também havia lojas de CDs - de gêneros variados -, a grande maioria fechou. As lojas de CDs nas ruas tornaram-se fato raro.
Muitos entendem que a falência do CD enquanto mídia (formato de armazenamento de música) deu lugar aos MP3, 4,5 etc., IPod e outros. Além disso, o preço do CD original sempre foi muito alto, principalmente em relação ao que vem no produto. Geralmente, o CD acompanha um encarte muito mal feito, sem letras das canções, sem fotos, ou seja, muito pobre. Resumindo: paga-se um preço por um produto que não merece o que se paga.
Formato do produto
A Galeria do Rock ganhou esse nome porque conseguia concentrar um grande número de lojas num mesmo local que trabalhavam com discos de vinil, CDs, DVDs de rock. É claro que as camisetas das bandas também fazem parte disso tudo. É normal qualquer um usar uma camiseta da sua banda preferida, e haver lojas que oferecem isso é até recomendável. Mas a Galeria do Rock se tornou só isso, e é esse o problema. O ponto se transformou de musical para moda rockwear. O fato é que centenas de lojistas abandonaram o ramo. Mas é importante observar também que não foi só na Galeria do Rock que isso aconteceu. Nas ruas de toda a cidade também havia lojas de CDs - de gêneros variados -, a grande maioria fechou. As lojas de CDs nas ruas tornaram-se fato raro.
Muitos entendem que a falência do CD enquanto mídia (formato de armazenamento de música) deu lugar aos MP3, 4,5 etc., IPod e outros. Além disso, o preço do CD original sempre foi muito alto, principalmente em relação ao que vem no produto. Geralmente, o CD acompanha um encarte muito mal feito, sem letras das canções, sem fotos, ou seja, muito pobre. Resumindo: paga-se um preço por um produto que não merece o que se paga.
Formato do produto
Na Internet, é possível encontrar quase tudo, de todos os gêneros, sem pagar nada. O fato em questão é que o que se oferece no produto original não é muito diferente daquele baixado via Internet. E isso leva o consumidor a pensar duas vezes antes de pagar por um original. Então, entendo que a crise desse setor é de formado de produto para venda e não de gênero musical. Se o CD fosse vendido com souvenires da banda, book contendo fotos, discografia, letras das músicas, num caixinha maior e mais resistente, uma mídia multimídia contendo chips, vídeos de entrevistas, turnês, etc., o produto CD agregaria muito mais valor e o consumidor estaria comprando um produto diferenciado, um produto que não seria possível via download. Mesmo que o CD continuasse caro, mas o preço seria equivalente ao produto. Quem quisesse apenas as músicas, continuaria servindo-se da Internet. Infelizmente, a indústria fonográfica não pensa assim. Qualidade não é um substantivo muito apreciado por eles.
The Beatles x NX Zero
Outra questão bastante diferente dessa exposta anteriormente, diz relação ao rock como gênero musical. Escrevo isso com a experiência de quem trabalha atrás de balcão de loja de discos. As pessoas que gostam de rock, na essência, são veteranas. Gente que gira em torno dos 40, 50, 60 anos de idade. Isso que dizer que o rock parou de produzir fãs há vários anos, porque as bandas que deveriam fazer esse papel são muito fracas e não têm forças para introduzir algo novo ao rock, tanto no sentido musical como de comportamento. O rock entrou na década de 1990 em coma. Ganhou uma sobrevida com a onda grunge, com o Peal Jam, Alice in Chance, Nirvana, etc. Depois disso, nada.
As bandas que ainda fazem sucesso, tanto de vendas como de popularidade, são as mesmas de 30, 40 anos atrás. Beatles, Led Zeppelin, Rolling Stones, Pink Floyd, Deep Purple, Queen, Black Sabbath, Iron Maidem, etc., são as bandas que realmente deram ao rock a vida que antes não tinha. De lá para cá, o que aconteceu foi um reprocessamento desse mesmo rock que, dele, não tem como tirar mais nada.
Não fosse isso suficiente, gêneros como o Hip Hop, Rap, Black (o funk é um subgênero subpornô sobrescrachado da subindescência nacional), penetraram com muito mais eficiência nas camadas jovens do que o rock. Esses outros gêneros souberam representar, falar a linguagem dos jovens, de modo que conquistaram o apreço desse público. Bandas como Limp Biskit, Coldplay, Radiohead, Link Parking e tantas outras, isto é, bandas que são relativamente consideradas recentes, não tiveram a penetração no público jovem como as bandas das décadas de 60 e 70. Essas “bandinhas” podem sim lotar shows, mas o público é da geração download. Não compra um CD sequer. Quando muito, tem uma camiseta e um pôster (ou um cedezinho pirata). O que dizer de NX Zero, Fresno? Para uma loja de CDs, eles não significam nada. O público que gosta desses caras (nada contra eles) não sabe quem são os Titãs ou a Legião Urbana.
O rock é contestador, é amor, é crítica. Não é gênero de classe dominante. Se antes somente o rock exercia esse papel, agora tem a concorrência de outros gêneros, como Rap, por exemplo. Ainda que com uma linguagem diferente, o Rap transmite sua mensagem e conquista adeptos.
Acredito que tudo neste mundo é cíclico. No mundo da moda muitas coisas vão e voltam. No rock, estamos no fim de um ciclo. E a tendência é que as coisas que hoje estão em transição, ou esquecidas, retornem com a força que a rock merece. Como tudo que é bom prevalece, é natural que aqueles que realmente gostam de música, ao tomarem conhecimento das coisas boas que foram feitas no passado, elas queiram, de alguma forma, reviver ou descobrir aquilo que estava visível o tempo todo, mas que alguma coisa impedia de vê-la.
A loja
A Internet não pode destruir o rock. Quem pode fazer isso são as próprias pessoas. Resta saber se elas querem que isso aconteça. O que as pessoas, junto com a Internet, podem fazer é acabar com as lojas.
Sinceramente, o comércio online pode ser bom para quem reside em lugares distantes e não tem opção. Mas comprar um CD pela Internet é como tirar um pedaçinho da loja real. É acabar com o prazer de estar dentro de uma loja e ver lançamentos, revisitar sons perdidos na memória, encontrar amigos, bater um papo sobre sua banda. É ir além de uma simples compra, e não precisa necessariamente ser sempre uma compra. Pode ser uma visita normal. Transformar a ida a uma loja de CD numa recreação saudável e divertida. Isso faz o roqueiro. Na ART ROCK procuramos resgatar isso. Manter a chama acessa é o nosso maior desafio.
The Beatles x NX Zero
Outra questão bastante diferente dessa exposta anteriormente, diz relação ao rock como gênero musical. Escrevo isso com a experiência de quem trabalha atrás de balcão de loja de discos. As pessoas que gostam de rock, na essência, são veteranas. Gente que gira em torno dos 40, 50, 60 anos de idade. Isso que dizer que o rock parou de produzir fãs há vários anos, porque as bandas que deveriam fazer esse papel são muito fracas e não têm forças para introduzir algo novo ao rock, tanto no sentido musical como de comportamento. O rock entrou na década de 1990 em coma. Ganhou uma sobrevida com a onda grunge, com o Peal Jam, Alice in Chance, Nirvana, etc. Depois disso, nada.
As bandas que ainda fazem sucesso, tanto de vendas como de popularidade, são as mesmas de 30, 40 anos atrás. Beatles, Led Zeppelin, Rolling Stones, Pink Floyd, Deep Purple, Queen, Black Sabbath, Iron Maidem, etc., são as bandas que realmente deram ao rock a vida que antes não tinha. De lá para cá, o que aconteceu foi um reprocessamento desse mesmo rock que, dele, não tem como tirar mais nada.
Não fosse isso suficiente, gêneros como o Hip Hop, Rap, Black (o funk é um subgênero subpornô sobrescrachado da subindescência nacional), penetraram com muito mais eficiência nas camadas jovens do que o rock. Esses outros gêneros souberam representar, falar a linguagem dos jovens, de modo que conquistaram o apreço desse público. Bandas como Limp Biskit, Coldplay, Radiohead, Link Parking e tantas outras, isto é, bandas que são relativamente consideradas recentes, não tiveram a penetração no público jovem como as bandas das décadas de 60 e 70. Essas “bandinhas” podem sim lotar shows, mas o público é da geração download. Não compra um CD sequer. Quando muito, tem uma camiseta e um pôster (ou um cedezinho pirata). O que dizer de NX Zero, Fresno? Para uma loja de CDs, eles não significam nada. O público que gosta desses caras (nada contra eles) não sabe quem são os Titãs ou a Legião Urbana.
O rock é contestador, é amor, é crítica. Não é gênero de classe dominante. Se antes somente o rock exercia esse papel, agora tem a concorrência de outros gêneros, como Rap, por exemplo. Ainda que com uma linguagem diferente, o Rap transmite sua mensagem e conquista adeptos.
Acredito que tudo neste mundo é cíclico. No mundo da moda muitas coisas vão e voltam. No rock, estamos no fim de um ciclo. E a tendência é que as coisas que hoje estão em transição, ou esquecidas, retornem com a força que a rock merece. Como tudo que é bom prevalece, é natural que aqueles que realmente gostam de música, ao tomarem conhecimento das coisas boas que foram feitas no passado, elas queiram, de alguma forma, reviver ou descobrir aquilo que estava visível o tempo todo, mas que alguma coisa impedia de vê-la.
A loja
A Internet não pode destruir o rock. Quem pode fazer isso são as próprias pessoas. Resta saber se elas querem que isso aconteça. O que as pessoas, junto com a Internet, podem fazer é acabar com as lojas.
Sinceramente, o comércio online pode ser bom para quem reside em lugares distantes e não tem opção. Mas comprar um CD pela Internet é como tirar um pedaçinho da loja real. É acabar com o prazer de estar dentro de uma loja e ver lançamentos, revisitar sons perdidos na memória, encontrar amigos, bater um papo sobre sua banda. É ir além de uma simples compra, e não precisa necessariamente ser sempre uma compra. Pode ser uma visita normal. Transformar a ida a uma loja de CD numa recreação saudável e divertida. Isso faz o roqueiro. Na ART ROCK procuramos resgatar isso. Manter a chama acessa é o nosso maior desafio.
Márcio - ART ROCK
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