sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Devotos" comemora 20 anos com álbum ao vivo



“Moramos, não esqueça, esse é o nosso ninho/ Quem não ouviu falar/ do Alto José do Pinho?/ Subúrbio do Recife, zona norte, Urucu/ Se for discriminar meu lugar/ Vai tomar no ...!”
É assim, com esses versos e cuja frase final (a que contém o palavrão) é gritada em coro pelo público, que começa o álbum Devotos 20 anos Ao Vivo.
Gravado em setembro do ano passado durante um show no bairro/morro que tornou o grupo de Recife uma lenda não apenas na cidade, mas em todo o Brasil, este registro mostra por que o punk hardcore de Cannibal (baixo e vocais), Neilton (guitarras) e Celo (bateria) se mantém urgente e atual.
Fazendo um compêndio dos apenas quatro álbuns de estúdio que o grupo lançou nesta longa trajetória, o disco celebra a melhor tradição do punk professado pelos Devotos: músicas rápidas mas bem tocadas, discurso social afinado e energia animal no palco, aqui adicionada de convidados muito especiais (como Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, ou Clemente, do Inocentes, que dá um tom ainda mais agressivo a “Alien”).
E, além do alcance social e político de sua música, o Devotos mostra que é possível, sim, combinar hardcore com elementos sonoros “estranhos” ao seu universo – como pode ser ouvido na participação do afoxé Ilê de Egbá na faixa “Mas Eu Insisto”. Resultado: Alto José do Pinho em festa, e um discão ao vivo, que faz com que torçamos para que a Devotos fique na ativa ainda por muitos anos.
Texto de Humberto Finatti

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