segunda-feira, 19 de outubro de 2009

É necessário estômago


(*) Marcelo Nova

Até hoje as pessoas me perguntam se prefiro ouvir musica através de CD’s ou LP’s. Respondo que a minha paixão é a música em si, de modo que os veículos utilizados para formatá-la naturalmente ficam em segundo plano, mas tenho a convicção de que o problema do mercado fonográfico brasileiro não se restringe a veículos, mas principalmente a quem os dirige.

Ao longo da minha carreira tenho tido a chance de confrontar os meus interesses artísticos com os de natureza comercial das gravadoras. É necessário estômago. Se por um lado tive a chance de trabalhar com diretores de gravadoras, como André Midani, cujo espírito empreendedor e administrativo era sustentado pela sua inteligência, cultura e vasto conhecimento do mundo da música, também tive de lidar com outros de mentalidade fenícia, mercadores baratos, apesar da enorme quantidade de ouro que ostentam em forma de anéis, correntes e pulseiras. Verdadeiros bicheiros, orgulhosos da sua própria cafonice elevada em nível de status, gente que coloca em prática apenas o mercantilismo do populacho, que se acomoda a sua própria falta de gosto, que satisfaz sua vaidade grotesca, que diz o que já está farto de dizer e que se distrai, quando depois da ceia, enjoado por ter comido demais nas churrascarias, alivia seus gases, junto com seus pensamentos.

Lembro- me que Oscar Wilde escreveu há mais de cem anos atrás: "A arte não tem obrigação de ser popular, o público é quem ao contrário deveria esforçar-se para ser artista." Hoje eles responsabilizam a pirataria pelo estado gravemente enfermo no qual se encontra a indústria. Um deles me disse que eu também sou prejudicado, pois muitos baixam minhas canções na Internet. Que baixem, pois se baixam é porque não as ouvem tocar no rádio. Não foi apenas a pirataria o fator desencadeador dessa crise. Foi a ganância aliada a incompetência e a um profundo desamor pela música. Vivo de música há vinte e seis anos, através dela sustento a mim e a minha família. Trato-a com respeito.

* Marcelo Nova é compositor e músico profissional desde 1980.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ART ROCK no Twitter


Prezados colegas,


A ART ROCK está no Twitter! Confira todas as atualizações do blog, siga e acesse: twitter.com/artrockmagazine

A beldade americana



Megan Fox posou para a edição de outubro da revista Rolling Stone onde é apresentada como “a menina má mais sexy dos Estados Unidos”. A atriz aproveitou também a ocasião para fazer mais uma revelação bombástica.

Na entrevista que acompanha as fotografias, Megan Fox contou que costuma automutilar-se. “Não gostaria de comentar muito mais. Jamais diria que faço disso um hábito. As meninas passam por diferentes fases enquanto estão a crescer. Algumas tem distúrbios alimentares, outras acabam por automutilar-se”, explicou.

A beldade participou de várias séries de tevê nos Estados Unidos, incluindo What I Like About You e Two and a Half Men (ambas exibidas pela Warner Chanel) mas ela ficou conhecida internacionalmente após interpretar a personagem Mikaela Banes, no filme Transformers, de 2007.

A capa da revista em destaque é da edição europeia. A edição brasileira dá outro destaque de, mas a matéria encontra-se no interior da revista.

Promoção: Mas o que também chamou a atenção foi o disco que a belezinha está segurando na foto. E agora, você sabe qual é esse disco? A ART ROCK sabe. Escreva seu palpite nos comentários.
O primeiro que responder corretamente ganha um CD, à sua escolha, da ART ROCK . Participe!


Promoção encerrada. Ler nos comentários.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Exposição revive anos 60’s com Beatles


“Uma imagem vale mais do que mil palavras”. Esta frase é um baita clichê, mas por mais “batida” que seja, ela reflete bem a essência de um fato.

Por mais precisa que seja uma descrição no texto, a fotografia diz por si só. São linguagens diferentes, em que ambas podem proporcionar narrativas ao longo o tempo. Tudo que uma boa narrativa (textual) tem, uma narrativa iconográfica também pode ter. Personagens, tempo, ambiente, discursos, etc. são componentes elementares do texto. O momento, o foco, o enquadramento, a sensibilidade, a percepção são elementos imprescindíveis da fotografia.

Deve ser com um pouco disso tudo que a exposição Beatle to Bowie: The 60’s Exposed inaugurada nesta semana (14/10/09), no National Portrait Gallery, em Londres, vai retratar.

Este é o típico evento onde saudosistas ficam satisfeitíssimos, pois podem rever os momentos marcantes de toda a década de 1960 narrada por centenas de fotos ao longo desse período da história sob a óptica do rock’n’roll e do comportamento da juventude da época.

Embora os Beatles sejam os mais focados nessa exposição (as fotos vão mostrar a evolução da banda, os diferentes figurinos, estilos, etc.) bandas como o The Who, Shadows, Rolling Stones, Pink Floyd , e figuras como David Bowie e Cilla Black ( esta foi a segunda maior estrela a emergir do cenário de Liverpool depois dos Beatles), entre outros, também estão registradas.

Algumas fotos que compõem as exposição você confere aqui, no ART ROCK MAGAZINE.













Em sentido horário: 1º Shadows (1961), 2º David Bowie (1966), 3º The Who (1962), 4º The Beatles (1963), 5ª Cilla Black (1965)


Mais informações confira no link (em inglês):


sábado, 10 de outubro de 2009

Rock: a inveja americana


Não tem nada mais antiamericano do que essa foto dos Beatles com a bandeira americana ao fundo. Os Beatles provocaram uma celeuma na indústria fonográfica americana, e as gravadoras batiam cabeça para encontrar uma forma dessa indústria reagir frente à Inglaterra.

Não foram só os Beatles, a Inglaterra despertava para um mundo sedento por rock’n’roll. Elvis, até então, tinha sido a grande figura americana mundo afora. Mas já com a entrada dos Beatles à cena musical, (não que Elvis tenha perdido prestígio) os olhos do mundo se voltaram para Liverpool.

Ainda, antes, The Who já mostrava as garras numa bateria ácida de Keith Moon. Mas a Inglaterra reservava nomes que explodiriam na cena roqueira. Em 1964 os Rolling Stones davam largada a uma gigantesca carreira. O Pink Floyd não foi diferente, inaugurando um som lisérgico pouco sentido até então. Ainda nessa mesma época, David Bowie já percorria seus caminhos em busca de Ziggy Stardust. Em 1968, o Deep Purple começou a infernizar com seu hard rock cadente e pulsante. Na mesma época, Black Sabbath deu início a um tipo de riff que, até hoje, é característico da banda.

Fora o que cada uma dessas bandas fez individualmente ainda na década de 1960, destaca-se o álbum Sargent Pepers, dos Beatles, que foi uma espécie de divisor de águas na área musical.

A Grã-Bretanha ainda reservava mais um nome que iria proporcionar ao mundo momentos de delírio mágico, e que hoje a saudade bate forte nos corações de qualquer roqueiro que tenha algo em torno de 50 anos: O Led Zeppelin! Precisa mais.

Os americanos ainda foram mesquinhos ao editarem as capas dos discos dos Beatles e dos Rolling Stones diferentes das publicadas originalmente na Grã-Bretanha.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Manfred Mann e suas múltiplas formações


Manfred Mann foi uma banda inglesa formada por Mike Vickers, guitarra; Dave Richmond, baixo; e Paul Jones, vocal. Originalmente, classificam-se como uma banda de rhythm and blues.

Foi fundada na Grã-Bretanha, em 1962, pelo próprio Manfred Mann, natural de Joanesburgo, África do Sul. Com Manfred Mann (nos teclados) estava o seu amigo Mike Hugg (na bateria). O vocalista era Paul Jones (que se tornaria mais tarde num ator de sucesso. Os outros membros foram Tom McGuinness (baixo) e Mike Vickers (flauta, sax, guitarra).

O seus primeiros ‘hits’ foram "Do Wah Diddy Diddy" (um original dos Exciters) e "Pretty Flamingo". Jones saiu em 1966 e foi substituído por Mike D'Abo, mas o grupo manteve a senda de sucessos (caso raro quando ocorre mudança de vocalista) de que se salienta, em 1968 uma versão de "Mighty Quinn" de Bob Dylan. Outros temas de Dylan gravados pelo grupo foram: "Just Like A Woman" (1966) e "If You Got To Go - Go Now". Outro popular tema do grupo foi: "Ha! Ha! Said the clown", de 1967.

O nome dos Manfred Mann encontra-se associado a uma das inovações técnicas da música pop-rock: o sintetizador. No Verão de 1968, Mick Vikers (então nos Manfred Mann) estava nos estúdios Abbey Road quando este fora equipado pela primeira vez com um "moog", e trabalhou na sua afinação para o álbum homónimo dos Beatles. Este grupo esteve no Festival de Vilar de Mouros em 1971. O grupo separou-se em 1969. Mann e Hugg formaram então um grupo de jazz-rock, o Chapter Three, que não teve grande sucesso. O nome significava que este era o "terceiro capítulo" das formações de Manfred Mann, diferindo as duas primeiras apenas no vocalista. O grupo gravou os álbuns “Chapter Three” (lançado em Dezembro de 1969) e “Chapter Three – volume 2” (lançado em 1970).

Manfred Mann's Earth Band
Em 1971, juntamente com Mick Rogers (guitarras e vocais) Chris Slade (bateria) e Colin Pattenden (baixo) formaram o Manfred Mann's Earth Band. A nova banda iniciou a sua atividade com uma versão de "Please Mrs Henry", mais um original de Bob Dylan, mas sem grande sucesso; seguiu-se "Living without you" (escrita por Randy Newman). O primeiro LP, com a mesma designação da banda, incluindo as duas referidas canções, só surgiu em 1972. Também de 1972 é o álbum "Glorified Magnified", que incluía nova versão de um outro êxito de Dylan: "It's All Over Now Baby Blue". No entanto, só em 1973, com o álbum "Messin’", é que a banda voltou novamente a retomar o caminho do sucesso.

Existe uma biografia muito completa das formações de Manfred Mann, "Mannerisms: The Five Phases of Manfred Mann", de Greg Russo. Os Manfred Mann's Earth Band continuam atualmente em atividade, com espectáculos ao vivo, mas nos últimos anos apenas têm sido lançadas complilações das suas gravações.


Discografia
The Five Faces Of Manfred Mann 1964
Mann Made 1965
Mann Made Hits 1966
As Is 1966
Soul Of Mann 1967
Up The Junction (B.O.F.) 1968
What A Mann 1968
Mighty Garvey! 1968
Chapter III vol 1 1969
Chapter III vol 2 1970
Manfred Mann's Earthband 1971
Glorified Magnified - 1972
Messin 1973
Solar Fire 1973
The Good Earth 1974
Nightingales and Bombers 1975
The Roaring Silence 1976
Wired 1977
Watch 1978
Angel Station 1979
Chance 1981
Somewhere in Afrika 1982-83
Live in Budapest 1984
Criminal Tango 1986
Masque 1987
Plains Music 1991
Soft Vengeance 1997
Mann Alive 1998


Compilações
20 Years of Manfred Mann's Earthband 1990
Spotlight 1992
The very best of Manfred Mann Vol 1 et 2 1993
The very best of Manfred Mann 1994
The best of Manfred Mann 1996
The very best of Manfred Mann's Earthband Re-mastered vol 1 1999
The very best of Manfred Mann's Earthband Re-mastered vol 2 2000
The evolution of Manfred Mann 2003
Blindin 2000
Odds & Sods - Mis-Takes & Out-Takes 2005 (4cd versions différentes, raretés)
5-4-3-2-1 1998
Live 1999
Maximum Manfreds 2000 Uncovered 2003