A revista Veja publicou em suas Páginas Amarelas (edição de 17/Fev/2010), entrevista (O pensador do pop) comandada pelo repórter Jerônimo Teixeira com o escritor inglês Nick Hornby, como citado na revista, um dos principais nomes da ficção inglesa contemporânea. Ele é autor de dois grandes sucessos das livrarias: Alta Fidelidade e Um Grande Garoto.
O que chama a atenção na entrevista é o ponto de vista de Hornby em relação à música, particularmente, ao rock’n’roll. Para ele, “o rock agora é como a literatura: existe uma biblioteca estabelecida. Você ouve o que está sendo feito hoje, e se dá conta de que algumas coisas se parecem com Jimi Hendrix ou Pink Floyd, e volta a escutar esses músicos. Sei que os jovens fazem isso: estão ouvindo Jimi Hendrix como quem lê Flaubert.”
Este tema já foi foco de abordagem aqui no blog da ART ROCK (ver artigo O Rock Acabou no arquivo). O rock sempre esteve atrelado à rebeldia, o rock sempre esteve acompanhado por algum movimento, seja ele político, social, humanístico, comportamental, etc. de modo que o movimento como um todo impulsiona as pessoas a aderirem a uma idéia.
Aquilo que o rock retratou nas décadas passadas, hoje é retratado pelo Hip-Hop e pelo Rap. Por esse ângulo, constata-se que o rock acabou, restando realmente os grandes clássicos, das grandes bandas, e a comparação que Hornby faz entre o rock e a literatura é certeira. Se existe uma biblioteca clássica, da mesma forma, existe uma discoteca clássica. Assim como a literatura clássica não é atraente aos jovens, os clássicos do rock também não são. A garotada não conhece essas bandas! Seria preciso muita divulgação, coisa que a mídia não nem pensa em fazer. Se observarmos o perfil da garotada que perambula pela tradicional Galeria do Rock, é fácil constatar que eles desfilam com camisetas de bandas “emo”, mas que não são consumidores dos discos das bandas que gostam. No máximo, baixam as músicas pela internet para ouvir no IPod, celulares... Este é o perfil que faz parte dessa geração.
Fim das lojas
O que chama a atenção na entrevista é o ponto de vista de Hornby em relação à música, particularmente, ao rock’n’roll. Para ele, “o rock agora é como a literatura: existe uma biblioteca estabelecida. Você ouve o que está sendo feito hoje, e se dá conta de que algumas coisas se parecem com Jimi Hendrix ou Pink Floyd, e volta a escutar esses músicos. Sei que os jovens fazem isso: estão ouvindo Jimi Hendrix como quem lê Flaubert.”
Este tema já foi foco de abordagem aqui no blog da ART ROCK (ver artigo O Rock Acabou no arquivo). O rock sempre esteve atrelado à rebeldia, o rock sempre esteve acompanhado por algum movimento, seja ele político, social, humanístico, comportamental, etc. de modo que o movimento como um todo impulsiona as pessoas a aderirem a uma idéia.
Aquilo que o rock retratou nas décadas passadas, hoje é retratado pelo Hip-Hop e pelo Rap. Por esse ângulo, constata-se que o rock acabou, restando realmente os grandes clássicos, das grandes bandas, e a comparação que Hornby faz entre o rock e a literatura é certeira. Se existe uma biblioteca clássica, da mesma forma, existe uma discoteca clássica. Assim como a literatura clássica não é atraente aos jovens, os clássicos do rock também não são. A garotada não conhece essas bandas! Seria preciso muita divulgação, coisa que a mídia não nem pensa em fazer. Se observarmos o perfil da garotada que perambula pela tradicional Galeria do Rock, é fácil constatar que eles desfilam com camisetas de bandas “emo”, mas que não são consumidores dos discos das bandas que gostam. No máximo, baixam as músicas pela internet para ouvir no IPod, celulares... Este é o perfil que faz parte dessa geração.
Fim das lojas
Perguntado se o IPod e a música em formato digital mudaram o modo como o ouvinte se relaciona com a música, Hornby responde que “sim, foi uma mudança completa, e não sei ainda se para o bem ou para o mal. Há inúmeras comunidades organizadas em torno da música no mundo virtual, mas esse intercâmbio não existe mais no mundo real. Em Londres, pelo menos, (sic) não dá mais para ir a uma loja de discos para se encontrar com pessoas que tenham gosto musical similar ao seu. Esse tipo de loja, que eu retratei em Alta Fidelidade, não existe mais - aliás, seria impossível escrever esse livro nos dias de hoje...”
Infelizmente, esse processo que já se concluiu em Londres ( e em outras tantas capitais pelo mundo), está caminhando a passos largos em São Paulo. Em breve, a extinção das lojas irá privar essa comunidade que ainda resta de se encontra, trocar idéias, comprar um disco, um prazer que está indo embora levado pelo vento. Sem renovação, a população roqueira está envelhecida, sem novidades as pessoas não têm mais o que comprar. E aquilo de bom que existe e produzido nas décadas de 60 e 70, mas que não alcançou grande repercussão na época, a grande maioria das pessoas não conhecem, e também não tem muito interesse em conhecer.
A ART ROCK assim como as demais lojas que compõem o Espaço do Rock da Galeria Nova Barão, trabalham arduamente para manter viva a chama roqueira. Não é tarefa fácil porque estão diante de uma configuração que tudo sopra contra, desde as dificuldades em adquirir mercadorias boas a preços justos até os custos (aluguel, impostos, sem dizer que o lojista vive da venda).
Fazendo um paralelo com a comparação de Hornby em relação à literatura e o rock, quais grandes desses escritores da literatura universal você poderia gostar muito, mas não os conhece? Será que com as bandas de rock não é o mesmo caso? Para manter a chama do rock acesa é preciso combustível, e esse combustível é o consumo. Não tem jeito. E há também as comprar feitas nas lojas virtuais, cada compra dessas serve como um golpe nas lojas físicas, colaborando mais ainda para o fim delas.
Infelizmente, esse processo que já se concluiu em Londres ( e em outras tantas capitais pelo mundo), está caminhando a passos largos em São Paulo. Em breve, a extinção das lojas irá privar essa comunidade que ainda resta de se encontra, trocar idéias, comprar um disco, um prazer que está indo embora levado pelo vento. Sem renovação, a população roqueira está envelhecida, sem novidades as pessoas não têm mais o que comprar. E aquilo de bom que existe e produzido nas décadas de 60 e 70, mas que não alcançou grande repercussão na época, a grande maioria das pessoas não conhecem, e também não tem muito interesse em conhecer.
A ART ROCK assim como as demais lojas que compõem o Espaço do Rock da Galeria Nova Barão, trabalham arduamente para manter viva a chama roqueira. Não é tarefa fácil porque estão diante de uma configuração que tudo sopra contra, desde as dificuldades em adquirir mercadorias boas a preços justos até os custos (aluguel, impostos, sem dizer que o lojista vive da venda).
Fazendo um paralelo com a comparação de Hornby em relação à literatura e o rock, quais grandes desses escritores da literatura universal você poderia gostar muito, mas não os conhece? Será que com as bandas de rock não é o mesmo caso? Para manter a chama do rock acesa é preciso combustível, e esse combustível é o consumo. Não tem jeito. E há também as comprar feitas nas lojas virtuais, cada compra dessas serve como um golpe nas lojas físicas, colaborando mais ainda para o fim delas.
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