segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Venda os seus discos de vinil

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

30 anos da Besta

Depois de quatro anos sem nenhuma expectativa por parte dos fãs, eis que “IRON MAIDEN: 30 Years of the Beast” surge no mercado editorial brasileiro. A obra, que é uma biografia não autorizada de uma das maiores lendas do metal mundial, foi escrita pelo jornalista Paul Stenning, um reconhecido colaborador das principais revistas de heavy metal da Europa. Embora possua uma série de adjetivos favoráveis na sua contracapa, o livro está longe de ser o registro definitivo e mais detalhado sobre a carreira da Donzela.

Em uma iniciativa pioneira em nosso mercado, a Beast Books desponta como a única editora especializada em livros de rock e heavy metal do país. O seu primeiro lançamento não poderia agradar mais os fãs da música pesada: a biografia de Paul Stenning é a primeira a tentar contrapor a obra “Run to Hills” – o registro oficial e completo (com mais de quatrocentas páginas) sobre a carreira do IRON MAIDEN – assinada por Mick Wall, outro famoso escritor dos astros do rock. No entanto, “30 Anos da Besta” peca por uma série de motivos. Embora possua o rótulo de não-autorizada, Stenning não soube explorar os aspectos mais controversos da trajetória de Harris & Cia. e construiu uma análise superficial sobre a história da Donzela.
Com uma quantidade interessante de entrevistas realizadas com quase todos os integrantes da banda nos últimos vinte anos, Paul Stenning se aproximou, posteriormente, aos ex-membros e roadies do Iron Maiden para construir o seu ponto de vista sobre a história do grupo. O relato do escritor inglês inicia – como não poderia ser de outra maneira – a partir do interesse de Stephen “Steve” Percy Harris pelo rock n’ roll. Embora apenas mencione a carreira do músico iniciante com o GYPSY’S KISS e o SMILER (nos primeiros anos da década de setenta), é a primeira formação da Donzela – Paul Day (vocal), Terry Rance e Dave Sullivan (guitarras), Steve Harris (baixo) e Ron Rebel (bateria) – que serve como pontapé para a obra.


Entre os primeiros shows no Ruskin Arms e no Cart and Horses, não existe nada em “30 Anos da Besta” que possa ser chamado de inédito para os fãs mais fanáticos. Entretanto, muitos dos pontos abordados ainda podem ser uma novidade para os mais novatos – e o conflito Iron Maiden vs. punk rock é o mais notável desse repertório à parte. De qualquer modo, Stenning prejudicou a obra por não aprofundar os episódios de bastidores da Donzela, que cercaram os primeiros espetáculos, o EP “The Soundhouse Tapes” (que chegou a ser roubado) e os detalhes do contrato com a EMI. No entanto, as entrevistas com o ex-baterista Thunderstick (e ex-companheiro de Dickinson no SAMSON) e o ex-tecladista Tony Moore, que atuaram com a banda na década de setenta, até podem ser relevantes para um preenchimento diferenciado da obra.


Por outro lado, ninguém precisou ser um gênio para reconhecer, desde os primeiros dias de banda, o comprometimento que Steve Harris tinha quanto aos próximos passos que o IRON MAIDEN daria no futuro. Claramente, Harris possui uma destreza ímpar para os negócios e a Donzela é a maior prova disso. De outro lado, Rod Smallwood – que se tornou o empresário da banda – vendeu a sua casa para que pudesse investir com mais recursos no nome que despontava frente à NWOBHM. Paul Stenning, que preferiu dividir os capítulos de “30 Anos da Besta” conforme os discos do IRON MAIDEN (um para cada álbum), preencheu a obra com análises e comentários sobre as músicas sem abordar questões inéditas e/ou polêmicas. Nos dois primeiros anos com a EMI, as saídas de Dennis Stratton e Paul Di'Anno parecem vistas com um olhar muito distante, sem considerar os conflitos dos dois músicos com o restante da banda. Na realidade, Stratton foi demitido por não ser um guitarrista de heavy metal. Do outro lado, o vocalista – que constantemente se envolvia com drogas e com a polícia – comprometia a carreira do IRON MAIDEN com o seu comportamento.

De um modo parecido, a entrada de BRUCE DICKINSON na banda – cercada por uma tensão com Paul Samson (o homem por trás de sua ex-banda) – impossibilitou que o cantor gravasse com a sua nova banda entre setembro de 1981 e abril de 1982. Embora cite esse e quase todos os outros contratempos que o Iron Maiden enfrentou durante as turnês Beast on the Road e World Piece Tour, Stenning, mais uma vez, deixou muitos dos aspectos controversos da Donzela em menor tamanho dentro da obra. Dickinson, que começou a dar indícios do seu descontentamento com as extensas turnês (e acenar para uma saída do grupo), aparece com certo destaque em “30 Anos da Besta”. No entanto, o primeiro show do Iron Maiden na América do Sul – no primeiro Rock in Rio, para um público estimado em duzentas mil pessoas – sequer possui uma referência dentro do livro. Por outro lado, o autor analisa os discos com uma nítida paixão de fã e aponta “Piece of Mind” (1983) como o melhor registro de Harris & Cia até hoje.

Embora possua uma sequência de esquecimentos relevantes para a obra, “30 Anos da Besta” consegue construir, principalmente, um relato interessante sobre a trajetória de BRUCE DICKINSON frente à banda, sobretudo a partir de “Somewhere in Time” (1986) – disco que evidenciou os interesses musicais opostos do cantor e do restante dos músicos. Claramente, Paul Stenning aproveita o capítulo sobre esse álbum para caracterizar como extremamente importante as capas assinadas por Derek Riggs para a consolidação da marca Iron Maiden em todo o mundo. Entretanto, o escritor não aproveitou o capítulo seguinte para detalhar quais foram os conflitos musicais internos que culminaram na saída de Adrian Smith, pouco antes de a banda iniciar a produção de “No Prayer for the Dying” (1990) – um dos mais controversos discos do grupo (e que é muito elogiado por Stenning).

De uma forma desnecessária para uma biografia como essa, o escritor explicita demais o seu ponto de vista sobre a qualidade das músicas da Donzela, enfatizando uma análise bastante íntima quanto aos registros de estúdio do Iron Maiden. A história do grupo, supostamente sem nenhum tipo de censura, acaba sendo apresentada em segundo plano ao longo do livro. Em “30 Anos da Besta”, Stenning sequer comentou as suspeitas de plágio que até hoje ainda cercam “2 Minutos to Midnight”. Ele tampouco buscou desmembrar e contextualizar os conflitos que existiram entre BRUCE DICKINSON e Steve Harris durante a turnê de “Fear of the Dark” (1992), que quase ocasionaram o fim precoce da banda. De outra forma equivocada, o escritor preferiu dedicar uma sequência de páginas para contar os primórdios do WOLFSBANE, sem ao menos mencionar o sério acidente de moto que BLAZE BAYLEY sofreu em fevereiro de 1994 – que atrasou por cerca de três meses as gravações de “The X-Factor” (1995).

Os conflitos, que deveriam ganhar uma nova perspectiva em uma biografia que se diz não-autorizada, são sempre mostrados de modo raso e rasteiro. Da mesma forma que os outros dois vocalistas que o antecederam, BLAZE BLAYEY não deixou a Donzela amigavelmente, como os relatos oficiais tentam apontar. Os constantes erros do cantor ao vivo, assim como o fracasso que se acentuou ainda mais em “Virtual XI” (1998), definitivamente resultaram na demissão precoce de Bayley. Paul Stenning – ao invés de explorar os motivos, dentro da própria banda, responsáveis pela perda de popularidade (em nenhum momento aceita um novo encaminhamento sonoro do IRON MAIDEN) – prefere considerar uma possível morte do gênero metálico, não pelo grunge e pela ascensão do NIRVANA na década anterior, mas pela postura polêmica que o Metallica assumiu anos depois.

Na sequência, o autor inglês relata (com pouca profundidade, mais uma vez) o contexto criado para volta de BRUCE DICKINSON e os preparativos do álbum “Brave New World” (2000), que devolveu o status de celebridade aos músicos do Iron Maiden. Stenning, um fã declarado de Dickinson, considera inexpressivos os anos em que BLAZE BAYLEY esteve com a Donzela, até mesmo quando mostrou qualidade e criatividade em “Virus”, faixa inédita que compõe a coletânea “Best of the Beast” (1996). De qualquer maneira (e como não poderia ser diferente), o autor superestimou a carreira solo do cantor, inclusive das controvérsias que envolvem a qualidade sonora de “Sunkworks” (1996) e “Tyranny of Souls” (2005). Os fãs mais exigentes – que provavelmente esperavam um relato histórico mais imparcial – discordarão de muitas das avaliações feitas por Stenning.


Embora não chegue a abordar os anos mais recentes da banda, Stenning conseguiu agrupar uma série de informações curiosas sobre os integrantes do Iron Maiden. Dickinson, um cara muito interessado por história e literatura, é dono de uma biblioteca particular com cerca de sete mil livros. De outro lado, a sua paixão pela esgrima o fez representar os ingleses no Campeonato Europeu de 1989, durante as férias após a turnê de “Seventh Son of a Seventh Son” (1988). De qualquer modo, essas informações até podem parecer irrelevantes e/ou desnecessárias dentro do contexto maior da obra, que deixou de fora os detalhes que levaram Adrian Smith se juntar ao projeto solo de Bruce a partir de “Accident of Birth” (1997).

No encerramento de “30 Anos da Besta”, uma entrevista reveladora com Derek Riggs (praticamente um apêndice à biografia) mostra o quão difícil era trabalhar com Rod Smallwood, do ponto de vista do artista. Riggs conta que nunca chegou a tratar diretamente com os músicos sobre os conceitos das capas que desenhou, assim como deixa claro a pressão que o empresário do Iron Maiden colocava sobre as suas costas. As capas, que precisariam de um mês para ser completamente desenhadas, eram entregues em apenas três dias por conta das exigências comerciais. Derek Riggs, ao contrário do que muitos possam imaginar, nunca conseguiu receber uma quantia relevante por Eddie – certamente a sua criação mais importante – e possui uma vida modesta nos dias de hoje.

Em uma análise bastante crítica, “30 Anos da Besta” é uma obra muito fraca, onde o jornalista Paul Stenning se mostrou mais preocupado em dar a sua opinião sobre os discos da banda do que construir um relato próprio e, consequentemente, uma visão singular sobre os fatos (obscuros ou não) que existem por trás da carreira do Iron Maiden. Certamente, os fãs mais exigentes irão se decepcionar com a análise rasteira dos temas abordados. Com pouco mais de duzentas páginas (provavelmente pouco para esmiuçar trinta anos de carreira), é nítido que faltou destreza para a pesquisa de Stenning. “30 Anos da Besta” aproveita do rótulo de não-autorizada que possui. A maioria das histórias encontradas na obra está à disposição em revistas especializadas e em páginas na internet.

Por fim, uma característica de “30 Anos da Besta” não poderia passar em branco: o livro possui uma impressionante quantidade de falhas técnicas. Os erros de português e de digitação aparecem em série em cada página, muitos deles imperdoáveis para uma editora que busca reconhecimento no mercado. Do mesmo modo, a tradução se mostra errônea em muitos momentos. Ela mistura nomes de músicas e de discos constantemente – o que ainda deixa claro a ausência de um revisor mais atento. Entre poucos altos e muitos baixos, “30 Anos da Besta” ficou, infelizmente, muito aquém do esperado. Não há um custo/benefício relevante para essa obra que custa absurdamente R$70 (em média).
Fonte: Whiplash - Reprodução Autorizada

Quais as curiosidades sobre as faixas do "Sgt. Peppers"?


Antes de atrelar o conceito de os Beatles tocarem com um pseudônimo, as primeiras sessões para o novo álbum pareciam ter como tema central a infância em Liverpool. Isto foi provocado pela composição Strawberry Fields Forever, que John escreveu na Espanha durante as filmagens de "How I Won The War." Inspirado por esta canção, Paul escreveu Penny Lane e depois ressuscitou When I'm Sixty-Four, uma composição antiga, escrita para seu pai. A dupla Lennon-McCartney ainda iria compor juntos A Day in the Life. Durante parte desta período, os Beatles batizaram o álbum jocosamente de "One Down, Six To Go" em uma referência ao novo contrato com a gravadora e os discos que ficaram obrigados a criar. Antes de A Day In The Life ser efetivamente gravado, o tema de infância foi abandonado.

A seqüência das canções, com dois lados ininterruptos de música, é mais um detalhe que faz com que este disco seja visto como tão inovador. Esta idéia veio de John Lennon e foi combatida por Brian Epstein que sabia que embora o conceito fosse de um trabalho inteiro e não uma coleção de canções, sempre haveria aquele público que iria preferir pular certas faixas procurando ouvir apenas as favoritas. Epstein perdeu a discussão.
Com a intenção clara de oferecer o máximo de música possível no espaço de um vinil, começa uma nova era de popularidade para o bolachão. Até então, LP's (Long Plays) eram vistos como um veículo para colocar alguns hits somados a o que em inglês se costuma chamar de fillers, ou seja, músicas apenas para completar o vinil. A proposta dos Beatles acaba com este raciocínio e LP's passam a ter uma identidade própria e em tempo, seria suplantado o interesse maior, que sempre fora dado aos compacto. Os Beatles aliás, sempre deram importância para que todas as músicas de seus álbuns fossem de alguma qualidade, mas este é o primeiro álbum que procura demonstrar claramente, com as faixas sem intervalo, que é para se ouvir inteiro uma música após a outra, na ordem apresentada, muito como uma peça de teatro ou um filme. Em retrospectiva, Sgt. Peppers seria visto como o primeiro álbum conceitual da historia.

Para o mercado americano, o álbum lançado no dia 2 de junho, já tinha pedidos avançados na ordem de um milhão de copias, vendendo mais de dois milhões e meio até final de agosto. O álbum foi Nº 1 no Reino Unido por 27 semanas (seis meses e meio), e na América por 19 semanas (quatro meses e meio). Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band recebeu quatro Grammy Awards naquele ano, por melhor álbum, melhor álbum contemporâneo, melhor capa de um álbum e álbum com melhor engenharia de som. Em 1977 o álbum ainda viria a receber da British Phonogram Industry a honra de ser considerado o melhor álbum Britânico de pop criado entre 1952 e 1977.

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
O álbum começa com uma orquestra afinando seus instrumentos antes de iniciar a primeira faixa, a canção Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Na verdade, esta afinação de instrumentos foi retirada do inicio da gravação da orquestra para A Day In The Life. As bases foram inicialmente gravadas em 1º de fevereiro, porém os sopros foram adicionados em março. Optou-se por usar quatro French Horns, executados por James Buck, John Burden, Tony Randell e Neil Sanders. Os aplausos e risadas utilizados em dois momentos da canção foram retirados dos arquivos sonoros da EMI (Volumes 6 e 22) e foram gravados em apresentações realizados respectivamente no Royal Albert Hall e no Elizabeth Hall. No final da canção, ao chamar o cantor Billy Shears, a gritaria e alarde ouvidos vêm de uma fita da apresentação dos Beatles no Hollywood Bowl de 1965.

A Little Help From My Friends
Com as sessões do Sgt. Pepper's já quase findando, Lennon e McCartney sabiam que faltava uma canção para Ringo cantar. Era de lei que ele, como também George, tivesse pelo menos um número em cada álbum. Paul então compõe With a Little Help From My Friends, em que John contribuiu com algumas frases, a letra já bastante encaminhada. A canção foi gravada dia 20 de março, o mesmo dia em que os Beatles tiraram as fotos para a capa. John estava com o dedo latejando e nesta primeira sessão, a canção foi chamada de Bad Finger Boogie.

Lucy In The Sky With Diamonds
Alguém um dia levantou a hipóteses de que o titulo é uma referencia a LSD e embora John Lennon tenha seguidamente desmentido a idéia, a lenda até certo ponto continua. Embora a letra possa ter sido escrita entre viagens do alucinógeno, já que Lennon neste período estava experimentando com a droga, o título na verdade vem de um desenho de seu filho Julian, então com quatro anos. Lucy é Lucy O'Donnell, uma colega de escola. À esquerda consta o desenho de Julian que inspirou a canção e seu titulo.
As gravações começaram dia 1º de março e foram concluídas no dia seguinte, faltando apenas mixar. Variação na rotação da gravação foi uma técnica utilizada mais nesta do que em qualquer outra canção no álbum. A base inicial foi reduzida de quatro para dois canais em uma rotação de 49 ips. A primeira voz de John, acompanhado pelo backing de Paul foi gravado em 45 ips, enquanto a segunda voz de John novamente com backing de Paul, foram gravados em 48 1/2 ips. Assim, no resultado final ouvido no disco, apenas o baixo de Paul e a guitarra com pedal fuzz de George, estão em rotação normal.

Getting Better
Hunter Davis estava entrevistando Paul McCartney, preparando material para o que seria a primeira biografia autorizada dos Beatles, acabando por ser publicada em 1968. Conversando enquanto levava a cadela Martha para passear, Paul observa o tempo bom e comenta "It's getting better" (está melhorando), se referindo à melhora do tempo com a chegada da primavera. A frase lhe trouxe lembranças de Jimmy Nichol, antigo baterista do Georgie Fame & the Blue Flames, que se tornou um Beatle durante parte da excursão Australiana de 64, enquanto Ringo estava hospitalizado (veja foto desta formação ao lado). Nichol, ao ser indagado como se sentia após cada ensaio e show, respondia sempre com um sorriso, "It's getting better." Davis conta que, ao voltar para casa, Paul pegou a guitarra e começou a brincar com a frase. Mais tarde John Lennon chegaria e "Getting Better" seria a canção de trabalho do dia. Canção composta realmente em pareceria, Lennon diria a respeito que "Eu sinceramente acredito em paz e amor. Eu sou um homem violento que aprendeu a não ser violento. Sou um homem que se arrepende de sua violência."

She's Leaving Home
Paul McCartney leu este artigo sobre uma menina de 17 anos que fugiu de casa, e como ele sempre tivera um bom relacionamento com seus pais, a história o tocou. À procura de sociedades alternativas, jovens deixando o lar e abandonando uma educação formal eram relativamente comuns a partir de 1967.Da frase "I can't imagine why she should run away, she has everything here." proferida pelo pai da menina no artigo, Paul escreveu "we gave her everything money could buy".A menina se chama Melanie Coe. A maior distinção entre sua historia pessoal e a da canção, é que ela na verdade fugiu para se encontrar com um rapaz que trabalhava como croupier num cassino. No mais, Paul acertou bastante quanto à distancia na comunicação entre as gerações dos pais e filhos. Ela foi encontrada e raptada de volta para a casa de seus pais até completar 18 anos e casar, para poder fugir de vez.
A canção tem a distinção histórica de ser a única gravada pelos Beatles, contendo uma orquestração arranjada por outra pessoa que não fosse George Martin. Quando Paul McCartney, autor da canção, procurou Martin, este estava ocupado terminando a produção de outro artista. Martin pediu que Paul aguardasse alguns dias antes dele poder assumir o arranjo, mas na pressa Paul não pensou duas vezes em contratar outro arranjador, Mike Leander, para fazê-lo. George Martin, apesar de ofendido, não deixou de continuar a trabalhar e colaborar, regendo a orquestra para a gravação.

Being For The Benefit of Mr. Kite
Enquanto gravando o clip para Strawberry Fields Forever, John Lennon e um empregado da NEMS, Tony Bramwell, entraram em um antiquário perto do hotel que a equipe usava como base, na cidade de Sevenoaks em Kent. Lá, John encontrou e comprou um cartaz emoldurado, impresso em 1843, na era Vitoriana, anunciando o Pablo Fanque's Circus Royal. John usou o pôster como inspiração para a canção, mas mudou vários dos fatos para facilitar rimas. Pablo Fanque, cujo verdadeiro nome é William Darby, foi o primeiro negro proprietário de um circo na história da Inglaterra. O cartaz hoje pertence a Sean Lennon. À esquerda está a foto dele ainda pendurado na parede da casa de John em 1971. Clique na foto para ver mais detalhes do cartaz.
Na faixa, Mal Evans, Neil Aspinall, George Harrison e Ringo Starr tocam gaitas enquanto George Martin toca um órgão Wurlitzer e John Lennon um órgão Hammond.

Within You, Without You
A letra é baseada na filosofia hindu que George estava estudando. Ele compôs a canção após um jantar, na casa de Klaus Voorman. Embora Klaus fosse baixista, ele tinha um órgão em um quarto adjacente que George usou nesta tarde. Apesar da era ser do ácido, a canção foi regada a incenso e maconha. Gravada no dia 25 de março, com complementos no dia 3 de abril e mixagens no dia seguinte. Foram gravados dois violinos e três violoncelos, em um arranjo escrito por George Martin, seguindo determinações de George Harrison. Nos violinos tivemos Erich Gruenberg como violinista principal, acompanhado por Alan Loveday, Julien Gaillard, Paul Scherman, Ralph Elman, David Wolfsthal, Jack Rothstein e Jack Greene. Nos violoncelos estão Reginald Kilbey, Allen Ford e Peter Beaven. A sessão durou onze horas e incluiu também George Harrison tocando violão acústico, swordmandel e tamboura. Neil Aspinall também contribuiu tocando outra tamboura juntamente com músicos indianos conhecidos por Harrison, vindos da Asian Music Center de Finchley, cujos nomes não foram anotados. Gravaram tabla, dilubra, swordmandel e tamboura.

When I'm Sixty-Four
Paul escreveu esta canção ainda menino, em 1957, na casa em que morava com sua família. Ele tinha acabado de se juntar ao Quarry Men, banda que em três anos evoluiria para os Beatles. A canção chegou a pertencer ao repertório da banda, como uma opção acústica para a cada vez mais comum quebra de equipamentos. A letra original foi inspirado em seu pai, James McCartney, ex-trumpetista de jazz nos anos trinta, por isto seu estilo tão peculiar. Em 1966, com a canção "Winchester Cathedral" se tornando um sucesso e o filme "Bonnie & Clyde" trazendo de volta os valores da década de trinta, Paul achou válido trazer a canção à tona, não antes de reescrever alguns versos. O fato de que em julho de 1966 seu pai completava 64 anos de idade também é creditado como provável motivação para a sua decisão. A sessão iniciada em 6 de dezembro de 1966, teve um naipe de clarinetes gravados no dia 21 de dezembro. Os três clarinetistas são Robert Burns, Henry MacKenzie e Frank Reidy.

Lovely Rita
Certo dia, Paul McCartney se aproxima do seu carro a tempo de ver uma policial de trânsito feminina aplicando-lhe uma multa. Ao reparar seu nome, Meta Davis, Paul comenta que Meta soa como algo que ele poderia usar em um jingle. Ao ser indagado por esta historia, Paul nega que Rita seja Meta. Ele conta que alguém havia comentado que tais policiais, que na Inglaterra são chamadas de traffic warden, na America, são chamadas de meter maids. Paul achou o nome "meter maid" extremamente musical e enquanto brincava ao piano, acabou indo de meter maid para Rita meter maid. O resto da canção cresceu daí. Gravações iniciando no dia 24 de fevereiro, onde Paul toca o piano além do baixo. A base foi toda gravada com o rolo em 46 1/2 ips, dando a impressão de ser mais rápido ao ser reproduzido na velocidade normal.

Good Morning, Good Morning
John Lennon tinha o hábito de ler o jornal na cozinha com a sua televisão portátil (a mesma que aparece na capa do disco) ligada sem volume. Um dia ele assiste uma propaganda do cereal de milho da Kelloggs, que chama sua atenção. O produto tem como animal símbolo um galo e um jingle que dizia "Good morning, good morning. The best to you each morning. Sunshine breakfast, Kelloggs Corn Flakes, crisp and full of fun". Este foi a fagulha que deu origem a esta canção dos Beatles. A letra da canção de Lennon é em si uma ode à vida suburbana que ele estava vivendo na época. A canção também oferece no final uma seqüência de sons de diversos animais. Os animais são escolhidos por ordem, do mais fraco para o mais forte, com o posterior sendo capaz de consumir o predecessor. O naipe de sopros vieram da banda americana Sounds Inc., que os Beatles conheceram no Star Club de Hamburgo em 1962. Nesta época, the Sounds Incorporated estavam tocando com Gene Vincent e Little Richard. Gravados no dia 13 de março, o naipe contou com três saxofonistas, Barrie Cameron, David Glyde e Alan Holmes; dois trombonistas, dos quais um se chama John Lee, e o outro infelizmente sendo esquecido pelo tempo e a falta de registros precisos. Por último, havia alguém tocando o French Horn, cujo nome é lembrado apenas como Thomas.

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - Reprise
Foi só no final das gravações que Neil Aspinall sugeriu que o álbum poderia ter um Sgt. Pepper's reprise para ser emendado com A Day In The Life. A idéia agradou e, diferente do primeiro, esse Sgt. Pepper's tem os quatro Beatles cantando. Paul tinha viagem marcada em dois dias, portanto esta gravação, foi iniciada e terminada em uma sessão de onze horas no dia 1º de abril.

A Day In The Life
A canção se refere quase que exclusivamente a alguns artigos de jornal lidos por Lennon. O acidente de carro é do amigo Tara Browne, herdeiro da família Guinness, donos da cerveja irlandesa Guinness. A menção dos buracos em Lancashire foi inspirada no artigo mostrado à sua esquerda. Sobre o exercito inglês ganhando a guerra, trata-se de uma referência ao filme "How I Won The War" no qual Lennon atuou menos de seis meses antes.
Para a gravação da orquestra, que foi realizado na noite de sexta-feira, dia 10 de fevereiro, o grupo fez um evento. Os 40 músicos foram instruídos a comparecerem de fraque, e lhe foram oferecidos chapéus de festa, carecas postiço, olhos e charutos falsos e nariz de palhaço para serem usados. Uma pata de gorila foi colocada na ponta de um arco de violino, balões de gás amarrados no arco de violoncelos, tudo contribuindo para criar um ar de festa e humor.
Amigos foram convidados para assistirem o evento em clima festivo, entre eles, Donovan, membros do the Fool, os Rolling Stones e os Monkees, que estavam na cidade nesta ocasião. Tudo foi filmado com o intuito de preparar um filme promocional para a televisão, o que hoje seria chamado de vídeo clipe, porém a idéia foi abandonada quando a BBC baniu a canção, acreditando que esta fazia apologia a drogas. Cenas do evento acabaram sendo aproveitados na década de noventa para o filme, Imagine - John Lennon.

The Inner Groove
Na concepção original para vinil, no final do disco, antes que a agulha da vitrola chegasse a ser levantado automaticamente, você ouve uma mensagem ao contrario (backmasking). A idéia se originou da preocupação que o silencio ao final de A Day in The Life, já acertada como sendo a última musica do album, seria o único silêncio em todo o LP. Então resolveram adicionar uma mensagem ao contrario no final do disco, idéia que seria acrescida à sugestão de se adicionar ainda um apito canino, que imite um som em 15 kilociclos, inaudíveis para o ouvido humano. Lennon que fez a sugestão, gostou da idéia de ter os cães levantando as orelhas nesta hora. Segundo Paul, a mensagem original é: "Couldn't really be any other", apesar de depois concordar que ao ouvir o resultado, soava mais como "We'll fuck you like superman."

Fonte: Whiplash.com.br – Reprodução Autorizada

De onde veio a ideia?

No filme A Hard Days Night existe uma cena logo no início em que os quatro Beatles estão disfarçados com barbas e bigodes, assim livrando-se da perseguição dos fãs na estação de trem. Todos os quatro Beatles se divertiram muito com a experiência que os fez perceber o poder da maquiagem. Paul, particularmente, pediu à equipe de maquiagem para lhe confeccionar um bigode postiço. Depois das excursões em 1966, ele resolveu fazer uma experiência; foi sozinho à França passar duas semanas, e, ainda no aeroporto, após passar pela alfândega, colocou um bigode postiço, penteou o cabelo para trás, passou vaselina, e colocou óculos com lentes de vidro sem grau.

Em Bordeaux, Paul encontrou-se com Mal Evans. Seguiram para a Espanha e depois para o Kenya, onde participaram de um safári. Voltando de Nairobi para Londres, no dia 19 de novembro, Paul vai mentalmente se preparando para voltar à vida de ser caça de fãs e da imprensa. Imerso nestes pensamentos, Paul imaginou os Beatles fingindo ser outra banda, podendo assim distanciar-se da imagem dos meninos de Liverpool, que o mundo ainda tinha deles. Pondera sobre as vantagens que haveria para a banda, estando livres para poderem experimentar e explorar estilos fora daquelas ligadas à imagem pública dos Beatles.
Durante o exercício de se enxergar com uma visão externa, este poderia ser o primeiro passo em direção a uma nova imagem. Não mais de meninos engraçadinhos, mas de homens e artistas já maduros. Este é o princípio original e embrionário, que evoluiria para o projeto que conhecemos hoje como Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.

Como surgiu o nome Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band?
A segunda parte dos eventos que se seguiram refere-se ao nome. Como é que Paul surgiu com o nome Sgt. Pepper? Paul McCartney passaria a brincar com nomes, geralmente com Mal Evans e em certa ocasião, almoçando juntos, no lugar de saleiros o local oferecia pequenos pacotinhos de sal e pimenta, apropriadamente identificados respectivamente de "S" e "P". Evans teria brincado, dizendo algo como "O que são estas coisinhas? Oh! Sal e Pimenta" (Salt n' Pepper). Paul, brincando com o sotaque de sua terra, repete de primeira: "Sgt. Pepper". Segundo o próprio Paul McCartney, ele imediatamente associou Sgt. Pepper como um nome que poderia ser usado como um pseudônimo para os Beatles. Todo o resto do nome e concepção inicial do projeto começam a partir deste instante.

Em plena psicodelia, estavam nascendo bandas com nomes tão compridos quanto criativos, tais como Quicksilver Messenger Service ou Big Brother and the Holding Company. Paul sentia falta de uma extensão para emendar com Sgt. Pepper. Então ele pensou que um Lonely Hearts Club, que jamais teria uso para uma banda, seria um contraste interessante. Para se chegar ao Lonely Hearts Club, Paul se lembrou do clube que existia perto do ponto de ônibus em Penny Lane, em sua cidade natal. Um Lonely Hearts Club é um lugar que pessoas solteiras ou solitárias freqüentam para conhecer outras pessoas igualmente solitárias. Mal comparando, seria o equivalente às agências de casais que existem hoje em dia, porém, sem o mesmo tipo de organização ou tecnologia. Com o nome agora completo, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, Paul não demoraria a escrever a canção que seria gravada em primeiro de fevereiro.

Fonte: Whiplash.com.br – Reprodução Autorizada

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Rogers Waters revela seus traumas de garoto


Apesar da capa da revista, que trouxe os integrantes da “emblemática” banda Fresno, não ajudasse, a edição da Rolling Stone e dezembro pode ser considerada excelente. A revista trouxe uma matéria muito bem explorada sobre o nazismo no Brasil, mostrando imagens e depoimentos frutos da mais graduada pesquisa jornalística, o que revela que uma revista de entretenimento pode ir mais longe quando o assunto é jornalismo.

Mas a questão é que poucos comprar uma revista como a RS por causa dessas matérias. O que mais chama a atenção é a música. E nesse quesito a RS abordou temas atuais. A pedido da revista vários grandes nomes da rock internacional escreveram sobre John Lennon, entre eles Mick Jagger (Rolling Stones) e Pete Townshend (The Who). Vale muito a pena conferir, pois são depoimentos reveladores...

Para falar de Vida, livro biográfico recém- lançado de Keith Richards, a RS o entrevistou e produziu uma pequena mas curiosa matéria, onde foi possível extrair a seguinte frase de Richards.
“Quando me drogava, estava totalmente convencido de que meu corpo é meu templo, posso fazer o que quiser com ele e ninguém pode me dizer sim ou não.”

Mas onde a revista mais ganha pontos é na matéria com Roger Waters (ex-Pink Floyd?). A matéria vai direto ao coração do idealizador de The Wall e desvenda todos os monstros internalizados na cabeça do baixista mais famoso do rock progressivo. The Wall foi fruto dos traumas e das aflições de um garoto perturbado pela II Guerra e mais ainda pela morte do pai. Esta foi a essência da matéria. Não precisa ser nenhum mestre no assunto para se chegar a essa conclusão, mas ditas pelas palavras de Waters o conteúdo ganha outra dimensão. Vale à pena conferir tudo.

Para terminar. O ensaio fotográfico com David Jones é imperdível!

Leia a seguir, trecho da matéria: Reerguendo o Muro



Roger Waters está pronto para começar uma turnê na qual um muro de 11 metros de altura será erguido - todas as noites! - entre ele e seus fãs. E, neste momento, ninguém iria condená- lo se ele desejasse que a coisa fosse um pouco mais portátil. O ex-líder do Pink Floyd acaba de acomodar seu corpo magro de mais de 1,90 metro de altura em um carro alugado em Manhattan, Nova York, para ir até um restaurante em Midtown, e imediatamente fica claro que o motorista está emocionadíssimo por vê-lo. Waters se prepara. "Fui seu fã a vida inteira, cara", diz o motorista, um sujeito de meia-idade chamado Fred, com sotaque nova-iorquino bem carregado. "'Wish You Were Here' - eu estava viajando de mochila pela Europa quando me liguei nesse som. Fiquei, tipo: 'Este é o melhor disco de todos os tempos!'. Deve ser uma sensação incrível saber o impacto que você teve sobre a minha geração."

"Normalmente, ninguém sabe até o momento em que entra no carro [de alguém dessa geração]", Waters responde em seu tom britânico ríspido e afivela o cinto de segurança. Como sempre, é difícil ler seus olhos azuis gelados - que hoje combinam com o tom de cabelo grisalho, levemente comprido, e a barba professoral. Mas parece que ele está brincando. O fato de ele ter acabado de compartilhar uma garrafa excelente de Montrachet para comemorar o fim de um longo dia de trabalho deve ter ajudado. Depois de vir de carro para Nova York pela manhã, ele foi submetido a exercícios puxados para os bíceps, os tríceps e o abdome ("Quase me mata, mas preciso ficar um pouco mais forte"), cantou escalas com uma professora de voz que o está ajudando a recuperar as notas altas da juventude, fez reunião com um produtor para escolher as roupas de palco pretos (rejeitou um par de botas de couro porque era "muito Bruce [Springsteen]" e outro por ser "Pete Townshend demais") e passou horas em um estúdio, fazendo ajustes à iluminação e à animação digital.

Ele está trabalhando nesse ritmo desde janeiro, determinado a aperfeiçoar a primeira e verdadeira versão em forma de turnê daquela que ele considera como a obra que definiu sua carreira, The Wall - álbum de 1979 que vendeu 30 milhões de cópias e que conta a história de um alienado astro do rock chamado Pink (cuja biografia traz muitas semelhanças com a sua própria). O show original do Pink Floyd - com seus bonecos gigantes, gráficos sincronizados e aquele muro, construído tijolo por tijolo e depois derrubado no clímax do show - estabeleceu parâmetros para todos os espetáculos de rock que vieram depois, de Steel Wheels (Rolling Stones) a Zoo TV (U2). Mas só foi encenado em quatro cidades do mundo, com meses de intervalo entre cada bloco de apresentações. Não foi lançado nenhum filme das performances, então elas se transformaram em uma lenda da qual as pessoas só guardam uma vaga lembrança - tirando a animação surreal de Gerald Scarfe, que também aparece na versão cinematográfica da obra, uma versão roteirizada e lançada em 1982.

Todos os shows deram prejuízo - os ingressos custavam cerca de US$ 12 - e a banda estava desmoronando. "Eles estavam chegando ao ponto em que um não suportava mais olhar para a cara do outro", diz Mark Fisher, o arquiteto que construiu tanto a versão de 1980 quanto a de 2010 da turnê (e que também trabalhou no palco "a garra" da turnê 360° do U2). "Foi muito conveniente eles poderem declarar que a coisa toda era um abacaxi, que era cara demais e cair fora com essas desculpas." O diretor de iluminação, Marc Brickman, que também trabalha no show novo, foi chamado para o projeto logo antes do início das apresentações originais. "Era alucinante - eu fiquei sem palavras", diz Brickman. "Era como montar uma ópera dentro de um show de rock and roll. Em 1980, não dava nem para sonhar com aquele show." Para Waters, a ideia por trás da teatralidade de arena era simples: "Não dá para pedir às pessoas irem ao circo e só colocar pulgas no meio do picadeiro - é preciso exibir elefantes e tigres."

Com seu alcance e ambição explícitos, The Wall foi o último baluarte daquilo que as bandas do punk e da new wave chamariam de "rock de dinossauro da década de 70" - mas a turnê que está para começar é muito mais do que uma reencenação em estilo "Parque dos Dinossauros". Waters trouxe o show para a atualidade com mensagens políticas bem audíveis: antiguerra, antiopressão. A letra de "Mother", por exemplo, não mudou - mas o vídeo que a acompanha, com suas imagens de uma câmera de segurança que tudo vê, agora fala de um governo opressivo, e não de uma mãe superprotetora. "É basicamente o mesmo show, mas com significado mais amplo", diz Fisher. "Precisamos encarar o fato de que é uma coisa um sujeito na casa dos 30 anos cantar sobre o início de sua vida adulta, que naquele momento era uma espécie de eco da criação que ele teve. Mas é outra coisa continuar fazendo isso quando se chega à casa dos 60."

O show se beneficia de 30 anos de avanços tecnológicos, sendo que os mais notáveis estão no vídeo de ultra-alta definição projetado no muro durante todo o espetáculo. Waters diz sentir o peso da idade, e está bem certo de que está será sua última grande turnê. "É uma empreitada enorme, e eu não tinha certeza se seria capaz de fazer isto", ele diz, sem soar muito convincente: ele parece certo de que é capaz, sim. Enquanto o carro avança na direção norte, Fred abre o celular e começa a ler em voz alta mensagens de texto das filhas, até sugerirmos que ele espere até parar em um sinal vermelho para fazer isso ("Eu costumo dar bronca nos motoristas que ficam mandando mensagem de texto", Waters diz em tom suave). Acontece que uma das filhas de Fred tinha escutando The Wall na academia, naquele dia mesmo. "Obrigado por doutriná-las", diz Waters, que está começando a se sentir lisonjeado. "Veja bem: eles precisam de educação! Porra, eu estava completamente errado." [Alusão à frase mais célebre da música "Another Brick in The Wall (Part II) ": "They don't need no education"; eles não precisam de educação] Fred está mais que deliciado. "Eles não precisam de controle dos pensamentos, cara!". [Mais uma alusão: "They don't need thought control", no original] Ele faz uma pausa, e depois perde o pudor: "Como é mesmo o verso seguinte? 'Nada de sa...' Qual é a palavra? 'Sarcasmo'", Waters responde.

Você confere mais fotos e lê esta matéria na íntegra na edição 51, dezembro/2010

Amy Winehouse no Brasil

Cantora fará uma série de apresentações no país

Amy Winehouse está de malas prontas para o Brasil. Enquanto não chega, a cantora britânica se prepara para seus shows no país. O músico Heshima Thompson, que acompanha Amy em suas apresentações pelo mundo, publicou em Twitter uma foto da cantora ensaiando.

No post, Thompson escreveu: “Amy Winehouse no ensaio de hoje. Ótimo ensaio e sua voz soava maravilhosa. Mal posso esperar pelo Brasil”.

Amy Winehouse tem shows marcados no país neste mês, em Florianópolis (no dia 8), Rio de Janeiro (11), Recife (13) e São Paulo (15), durante o Summer Festival. De acordo com o site da cantora, uma segunda apresentação será realizada no dia 10 de janeiro, também no Rio.

SERVIÇO:
Summer Soul Festival
Atrações: Amy Winehouse, Janelle Monae e Mayer Howthorne

Quando: dia 15 de janeiro
Onde: Arena Anhembi (avenida Olavo Fontoura, 1.209 - Santana)
Quanto: de R$ 200 a R$ 500
Informações: 4003-1527

Fonte: Território Eldorado