quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ronaldo, Fenômeno? Que fenômeno?



A revista Rolling Stone reservou a capa da última edição ao Ronaldo, Fenômeno. E a revista só saiu com duas capas por causa da morte de Michael Jackson, isto é, a mesma edição com duas capas. Não fosse a morte do popstar, a revista teria saído com apenas uma capa, a com Ronaldo

O curioso da matéria é que a revista, na figura dos jornalistas Ricardo Franca Cruz e Marcelo Ferla não conseguiu entrevistar o pretendido entrevistado. Parece estranho, mas os repórteres da revista escreveram a matéria sem ter conseguido, ao menos, um cumprimento do atleta. Na verdade, eles conversaram, sim, com assessores, tanto do clube - no caso o Corinthians - como do próprio jogador, com o presidente do clube, enfim, com um monte de gente que possivelmente pudessem fazê-los chegar ao Ronaldo, mas não foi isso que aconteceu. Na matéria, eles tecem uma narrativa, como se fosse uma aventura, em conseguir falar com o Fenômeno. Entre contato com a assessoria, desencontros de agenda, acho que a frustração foi grande.

A revista, porém, deve ter acreditado que ao manter a capa com Ronaldo, conseguiria a atenção necessária que não conseguira. A morte de Michael Jackson, porém, pode ter atrapalhado nesse sentido, mas, no caso da Rolling Stone, a revista não poderia abrir mão do popstar. A revista ressaltou que “são os fracassos de Ronaldo que o fazem ser compreendido, que lhe dão combustível, que o aproximam dos seres humanos comuns”.

Permito-me discordar da revista. Ronaldo precisava entender que ele é uma pessoa, assim como todos, sujeita a erros e acertos. Ao não conceder uma entrevista à Rolling Stone, ele inverte essa regra. Aceitar um erro e arrepender-se dele é comum. Parece que ele entende isso no seu caso com os travestis (citado na matéria da revista). Ele recorre a ser uma pessoa comum quando os fatos depõem contra ele. Mas quando a revista quis entrevistá-lo, ele não se achou tão comum assim. Ficou evidente que a sua assessoria é interesseira e incompetente. Típico do caso onde a entrada quer ser mais relevante do que o prato principal. Eu só me pergunto se ele e a sua assessoria fariam o mesmo com o Galvão Bueno e a TV Globo. O que você acha?

6 comentários:

  1. Eu acredito que o Ronaldo É, SIM, um FENÔMENO! E pode se dar ao direito de escolher a quem dar ou não uma entrevista.

    Ele conquistou este direito executando o seu trabalho como poucos no mundo executaram. Ser um astro em momento algum significa que deva falar a todos... ele que fale com quem achar melhor. Se o melhor para ele é o Galvão Bueno e a Rede Globo, NINGUÉM tem nada a ver com isso.

    Se não falou com a Rolling Stone, direito dele... e se a Rolling Stone, ou qualquer um que se sinta atingido por isso, falar alguma merda a respeito do astro, denota 'dor de cotovelo' de uma revista preterida.

    No mais, a Rolling Stone é uma revistinha extremamente vendida e parcial.

    Boas são a Carta Capital, a Caros Amigos e, para citar uma musical, a Rock Press! :D

    Abração!

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  2. Ele é mais um desses produtos "made in Brazil", da política do pão-e-circo que fazem a maioria dos brasileiros terem orgulho do que são. Portanto, fazem-no intocável, muito mais relevante do que deveria ser em nossa sociedade.

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  3. Bom, tenho afirmado insistentemente que o tempo de Ronaldo já passou. Acho que chamar qualquer ser humano de 'fenômeno' é também chamar a atenção para si, pois se atribui um crédito ao autor do jargão e coloca o objeto de adoração como um grande produto de mídia. Não faria isso nem com Pelé, sem dúvida alguma uma unanimidade dos torcedores de vários clubes. É considerado o 'Rei do Futebol' e oficialmente o 'Atleta do Século', mas isso o coloca num nível mais terreno. Para os críticos que só enxergam o Pelé dos malfadados discursos políticos ("as criancinhas"), por favor, não percam seu tempo como Pelé perdeu o dele. Estou falando do Pelé jogador. Se forem criticar o Pelé jogador também, por favor se informem melhor sobre os feitos e a carreira desse jogador. Vejam os vídeos, acessem os documentários, releiam matérias e consultem quem viveu a 'era Pelé'. Não há comparação. É natural aos mais jovens adotarem ídolos do nosso tempo atual, pois só possuirem tal referência. Os Ronaldos atuais sequer tem controle sobre a própria vida e encurtam deliberadamente uma carreira de sucesso por imaturidade. Direito à privacidade? Ronaldo, como qualquer outra figura de destaque é uma figura pública, gostem ou não! As únicas horas que realmente lhe pertencem são as horas em que está dormindo e quem não está preparado para isso, deve abandonar a notoriedade de figura pública como Ronaldo vem fazendo. É uma opção dele. Não sou nem de longe corinthiano, mas endeusar o Ronaldo é desrespeitar o resto do time como se não existisse. Ronaldo, fora de forma ainda e com talento abreviado, foi um 'quase' grande Ronaldo, porque existia um Douglas e um André Santos, servindo ao 'craque'. Sem ele, mesmo sem aura dos deuses, Jorge Henrique se mata de dar o sangue ao time correndo e brigando o tempo todo e Dentinho, sem firulas, faz seus gols. Ronaldo volta a jogar e faz um gol de rebote...Ohhhhh!!! Qual o função dos centro-avantes senhores? E evidente, falando em produtos de mídia, que o Ronaldo é hoje e apenas isso, falemos dos veículos: mídia alinhada políticamente a qualquer governo, e com o atual há várias é lixo e não leitura saudável! Se Deus quiser, veremos uma nova realidade em breve. São raros os que seguram o bastão da imparcialidade e não tem medo de reportar descalabros. Quanto a Michael Jackson, que ilustra a matéria, sim é um fenômeno, pelo simples fato que apesar de se auto-destruir, vai ser lembrado com uma imagem e um produto que ainda renderá lucros e royalties por décadas, como os Beatles. Já Ronaldo, cai no esquecimento em menos de uma década.

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  5. Pois é, quando se fala de mídia (o assunto parece ser Ronaldo, mas no fim é isso), abrange o produto, o veículo e os fatores ou autores geradores de opinião. É muita coisa, daí a tese. Se fosse para ser conclusivo, diria algo como "Ronaldo foi um grande jogador, atualmente com uma série de limitações, que incluem ausência excessiva dos campos e com alguma sorte". Soa grosseiro, certo? Para ser mais polido é necessário utilizar bem mais palavras.

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