Capa de Crusader: atmosfera medieval |
ART ROCK MAGAZINE
Os anos 80 não foram
muito bons para a cena roqueira. A década de 70, especialmente de19 70 a 1975
foram anos sagrados para o rock e todo o mundo. As bandas inglesas explodiram
com grandes sucessos e uma criatividade musical jamais vista. É verdade que
essas bandas vieram da década anterior, anos 60, mas os maiores sucessos foram
compostos na de 70 inegavelmente; há exceções, é claro, destacadamente
com Led Zeppelin, Beatles e Rolling Stones.
O rock exibia a sua melhor performance num cenário rico em inspiração,
elementos escasso nos dias de hoje. Se antigamente usar cabelos compridos ou
arrepiados era sinônimo de rebeldia, hoje são os sertanejos bregas ridículos
que se vestem totalmente fora da sintonia que a música “caipira”
aceitaria como estilo.
Os anos 80 foram pobres
talvez porque houve uma grande mudança nos costumes das pessoas. As grandes
bandas que explodiram no passado até então, algumas delas já haviam sido
extintas, outras esgotaram seus repertórios de criatividade, quero dizer, o que
havia de bom a ser feito, havia sido feito!
O heavy metal passou a
experimentar o teclado sintetizador, bateria eletrônica, o rock de arena passou
a ser a vertente da década. Bom Jovi, Europe, Mötleu
Crue, Poison, Skid Roll, entre outras, passaram a ser os nomes
das bandas mais ouvidas nas rádios e a sustentar a cena roqueira. Enquanto
isso, Rolling Stones lançaram um de seus piores álbuns,
implodindo uma banda revelando notadamente uma crise de identidade, logo
os Stones , uma banda até então marcada por inúmeros
sucessos... Era um novo estilo, não necessariamente bom ou ruim, mas
foram essas bandas que envidraçaram o rock e todo o mundo.
Mas uma banda, ao
contrário de várias outras onde incluímos nesse lote o ACDC, lançou
um de seus melhores álbuns, para muitos, o melhor. Crusader, disco
lançado em 1984 pela banda inglesa Saxon, foi uma das preciosidades que o heavy
metal guardou para entrar na história dessa famigerada década.
Liderado pelo vocalista
Biff Byford, Crusader foi 6º álbum do Saxon,
que gravou o 1º, homônimo, em 1979. O Saxon sempre usou aura
medieval, radicada numa temática que o próprio Crusader foca
com toda a originalidade. O disco começa com The Crusader Prelude,
uma introdução com cavalos andando, relinchando e tormentas mostrando o que
restou de uma grande batalha cruzada. A música Crusader nem é
tão extrema assim como a capa do disco pode sugeri, mas o que mais a marca é a
marcação e o peso das guitarras. É uma música cadenciada e muito gostosa de ser
ouvida. Mas o disco em si não é só isso, outras músicas chamam muito a atenção
pela suavidade e clareza do som, como Salling To America, um hit
embalado por um contrabaixo marcante e com uma guitarra-base que arranha a
música o tempo todo, além de um solo mágico que tempera a música dando-lhe um
gosto todo especial. Quanto a Do It All For You, um clássico heavy
metal que ficaria ainda melhor se ouvida no cume da mais alta montanha bretã.
Crusader é
um disco sensacional, peça obrigatória na discoteca de qualquer amante de rock.
A gravadora EMI lançou uma edição especial comemorativa remasterizada com nove
bônus. A edição original contém 10 faixas. Essa nova edição, que é inglesa e
importada pode ser encontrada nas lojas especializadas por aproximadamente R$
70,00. Márcio Paula Moraes
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